No Japão Novamente – Hanami

Sakura em Shinjuku Gyoen

Sakura em Shinjuku Gyoen

Com meu retorno ao Japão a tendência é voltar a postar no blog as entradas do tipo “diário de viagem”, junto com aqueles posts que descrevem pequenos detalhes do cotidiano.

Eu poderia (e talvez deveria) começar falando de como foi a viagem, de como é o dormitório (e o incrível sistema de fornecimento de água, luz e gás pré-pago!), meu primeiro contato com a Universidade e etc. Entretanto, por estar mais fresco na memória, vou falar um pouco do meu Hanami (contemplação de flores) solitário que realizei hoje.

O plano era simples, fazer um trajeto a pé do meu apartamento em Komaba, passando por dois hotspots para Hanami na cidade de Tokyo, o Parque Yoyogi e o Jardim Nacional Shinjuku Gyoen (que é o principal ponto de contemplação de Tokyo). Tinha planejado retornar a pé, já que a distância não seria tão grande (cerca de 5 km ou 6 km). Ocorre que eu não contava com os desvios e com o tamanho desses parques, por isso o retorno foi de trem 🙂

Pois bem, saí daqui às 9h manhã em um dia frio mas ensolarado, segui a pé até Shibuya, que fica a 15 minutos do alojamento. Shibuya é talvez o principal distrito de compras da cidade, então á fácil perder muito tempo lá. Como as lojas só abrem às 10h não tive motivos para me deter por ali, segui direto para Yoyogi. Já conhecia o parque, são mais de 500.000 m² bem no centro da cidade, mas nunca tive motivos para caminhar por toda essa extensão pois sempre achei ele um pouco sombrio em suas longas fileiras de árvores e espaços abertos povoados por corvos enormes. Hoje foi bem diferente, centenas das árvores do parque são cerejeiras cuja beleza só pode ser vista nessa época.

Yoyogi

Yoyogi

 

Essa beleza encontra dois contrastes interessantes. Por um lado há o contraste do estranho. Yoyogi fica ao lado de Harajuku, uma região conhecida como ponto de encontro de pessoas que se vestem de forma muito extravagante e excêntrica, e é no domingo que marcam presença na região. Por outro lado, há o contraste assustador, que é a quantidade de corvos no parque. Quem vê as imagens do Hanami imagina que toda a beleza florida é acompanhada do canto dos passarinhos, porém a verdade é que são dezenas de corvos grasnando ao mesmo tempo que criam o som ambiente. Longe de estragar a experiência, tudo fica mais… diferente.

Gente estranha saída de Harajuku

Gente estranha saída de Harajuku

Depois de explorar o parque fui até Meiji Jingu, o santuário do Imperador Meiji (cujo portal de entrada é o cabeçalho do blog, por sinal), e dali segui para Harajuku, passando pela mega lotada Takeshita Street. Como não sou uma pessoa que gosta de multidões, decidi fazer um desvio por uma rua lateral, e acabei saindo em outro santuário chamado Togo Jinja, o qual não conhecia, mas descobri se tratar do santuário em homenagem do grande herói de guerra japonês Togo Heihachiro. A grande surpresa foi que estava sendo realizado ali o que acredito ser um casamento tradicional shintoísta. Por cima de uma ponte consegui assistir o início da cerimônia ao som do Gagaku, a música típica da corte e desses rituais (aqui a partir dos 58s para quem quiser ouvir).

Takeshita Street em Harajuku

Takeshita Street em Harajuku

Dali segui então para Shinjuku Gyoen. Chegando lá me perguntei porque nunca visitei o local antes. É um parque absolutamente fascinante, são centenas (talvez milhares) de cerejeiras, ameixeiras brancas e uma série de outras árvores floridas espalhadas em grandes jardins de diferentes estilos, que vão de um cenário japonês tradicional a um ao jardim tradicional Inglês e um jardim formal francês. Tem ainda uma estufa cheia de flores e plantas de países tropicais, Okinawa, orquídias… Não há palavras para descrever a beleza do local. Deixo que as fotos falem em meu lugar.

Shinjuku Gyoen

Shinjuku Gyoen: jardim tradicional japonês

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Já cansado, retornei para Shibuya, onde comprei um travesseiro na Muji (sim, ainda estou me equipando com coisas básicas, mas me impressiono como aqui se paga barato por produtos de qualidade excelente). Já ia voltar ao dormitório (isso às 16h, portanto foram 5 horas andando sem parar) mas como começou a chover entrei em uma das típicas lojas de departamento japonesas de 8 andares, o que foi bastante providencial, pois fiz meu primeiro amigo japonês aleatório, o Owada san ! Como não podia deixar de ser, ele era o vendedor das máquinas de café, e me abordou para apresentar uma promoção da Nespresso (que sai aqui por míseros 200 reais !), aproveitei para treinar um pouco de japonês e comecei a conversar com o sujeito. Me deparei com um cara super simpático que sabe muito sobre o Brasil, especialmente futebol, perguntou de onde eu era, conhecia dois  times da capital (óbvio que o time desconhecido era o Paraná Clube), falou muito sobre jogadores brasileiros da década de 70, 80, chances do Brasil na Copa. Enfim, a típica situação que mostra que os Japoneses podem até parecer fechados, mas quando você menos espera encontra pessoas extremamente abertas e receptivas.

Por fim, terminei meu dia comendo morangos de chocolate branco, algo que ouvi falar anos atrás, que são morangos congelados a seco, cobertos e preenchidos com chocolate branco. E não é que essa bizarrice é boa mesmo?

Morangos de Chocolate Branco

Morangos de Chocolate Branco

The Lockup, Soka Chuugakkou, Hakone…

A ultima semana foi marcada por alguns eventos interessantes que tem preferência sobre a explicação das minhas aulas no segundo semestre.

Sexta-Feira fui novamente para Shibuya (virou quase um hábito semanal), dessa vez para frequentar um famoso e bizarro restaurante de Tokyo, o The Lockup, cuja temática é uma prisão mal assombrada. É necessário fazer uma reserva com antecedencia pois a quantidade de comida preparada é proporcional ao número de clientes no dia. O local fica no subsolo de um prédio na movimentada região do Center Gai. Logo na entrada é tudo escuro e com uma música assustadora, as paredes simulam pedra e são cheias de simbolos, após os primeiros passos algumas luzes piscam e todo mundo acaba levando um susto porque numa parede bem próxima existe uma cela, dentro dessa cela uma “pessoa” (na verdade um boneco muito bem feito hehe) está sentada numa cadeira elétrica e passa a balançar e ser eletrocutada  , mais a frente algumas tem armadilhas no chão que fazem o seu pé afundar enquanto outras coisas surgem do escuro geralmente com algum estampido para dar mais sustos. Na recepção os clientes são algemados às garçonetes e conduzidos por alguns corredores até o restaurante em si, que na verdade é composto de corredores com diversas celas, tudo escuro ou com luzes vermelhas e azuis, criando um ambiente meio mórbido. As mesas ficam nas celas, algumas com cadeiras,  outras em que se senta no chão. As bebidas são muito criativas, todas com nomes bizarros como Experimento Humano (人体実験), Frankenstein, veneno não sei o que, existem também algumas capsulas com 90% de alcool, coisas de alquimia em que voce mistura o seu próprio drink, outro que voce tem que amassar oreo (uma bolacha tipo negresco) para misturar na bebida, bebidas em seringa…As comidas não tem uma temática nojenta, imagino que para não tirar o apetite das pessoas, mas são bem boas. O preço é bem razoável se considerar a fama do restaurante, a qualidade e a experiencia. As bebidas especiais ficam em torno do equivalente a 10 a 12 reais cada, os pratos são entre 16 a 24 reais. O mais interessante é que no meio da refeição tem há um barulho enorme de explosão, tudo fica escuro, uma voz dá um alerta de que algo invadiu o local então pessoas vestindo roupas assustadoras e coisa do genero atacam as celas, dá pra ouvir todo mundo gritando e voce nunca sabe quando alguem vai invadir a sua…. Enfim, é uma experiencia muito diferente, comida boa, bebidas interessantes e não é especialmente caro, comi 4 tipos diferentes de pretos, bebi 3 tipos de drinks  e não gastei nem 50 reais (isso incluindo o valor que se paga pela reserva, taxa de serviço e tudo).

No dia seguinte tivemos a visita a Soka Chuugakkou, que é a escola da Soka para o que seria algo como de 5 a 8 série no Brasil. Era um sábado e um Taifuu 台風 (mais especificamente um ciclone tropical) estava para chegar, mesmo assim a visita não foi cancelada já que ocorreria pela manhã e a chegada do Taifuu seria a tarde. Os intercambistas se encontraram na estação de Hachioji com os professores. A universidade pagou nossas passagens até a escola. Estava chovendo bastante e mesmo com guarda chuva a caminhada para a escola já deixou todos encharcados. Chegando lá recebos toalhas e água e fomos divididos em grupos de crianças de 12 a 14 anos, onde respondemos as perguntas delas, conversamos e etc. Como as crianças só falam japones os intercambistas foram divididos em duplas em que um fosse de nível avançado para traduzir o que o outro dizia. Tive a “sorte” de ter como par uma americana insuportável (que por sinal tinha ido também no Lockup no dia anterior e se perdeu na estação e pegou um trem errado). Depois fomos ao ginásio onde conversamos mais e tiramos fotos e por fim ao refeitório da escola onde comemos junto com os estudantes. A experiência foi muito boa, a impressão que muita gente ficou é que aquelas crianças são mais maduras que boa parte dos estudantes da universidade haha. Conversei com mais facilidade com a minha “responsável” que tinha 13 anos do que com muita gente de 18, 19 que mora no alojamento .

Durante a semana tivemos um feriado no qual fiz um tour culinário em Shibuya, na quinta feira fiz minha primeira prova em matérias regulares da Universidade. O grande problema não era o conteúdo mas sim escrever bastante em 1h. Enquanto a maioria dos japoneses escreveu de 2 a 4 páginas e só consegui completar uma, ainda assim, na minha condição de estrangeiro acho que me saí bem, me esforcei e consegui responder em japones as diferenças entre politica interna e externa e as características dos estados ocidentais entre 1648 e 1914.

Por fim, ontem, sexta feira a universidade nos levou em mais uma viagem, dessa vez a Hakone. O tempo estava muito bom, bastante limpo então conseguimos observar o Monte Fuji, por exemplo. Visitamos dois museus, o Narukawa e o Hakone Open Air Museum. O primeiro tinha muitas pinturas do monte fuji, um museu de caleidoscópios, algumas esculturas chinesas e uma vista muito bonita para montanhas, um lago e o monte Fuji ao fundo. O outro era enorme, e como o nome diz, ao ar livre, com diversas esculturas, obras bizarras e um pavilhão com um acervo bem grande de Picasso. Após isso fomos a um buffet dentro do restaurante onde comemos por 2 horas a vontade, seguimos ao posto de inspeção de Hakone, que no passado era passagem obrigatória para quem fazia o trajeto Edo-Kyoto, e terminamos com um passeio de barco no lago Ishi, muito bonito, e com vento muito frio também 🙂

Soka Daigaku

Hoje vou falar um pouco sobre a Soka Daigaku. É uma Universidade particular vinculada à Soka Gakkai que é uma organização não governamental que tem como base filosófica o Budismo de Nichiren Daishonin.

O campus fica a uns 25 minutos a pé do dormitório, mas quando estou com pressa consigo chegar em 15 minutos.É muito grande, e se divide em vários prédios. Existe a escola feminina, os prédios dos departamentos das engenharias, letras, direito entre outros. Há também uma biblioteca enorme, 2 restaurantes, 1 subway, uma loja que é uma espécie de supermercado, o auditório daqui é o segundo maior auditório universitário da Ásia.  O Prédio A reune vários cursos além do World Language Center, que é um local onde são ensinados dezenas de idiomas ( me inscrevi lá para tres empregos, 2 para ensinar ingles e um para portugues). Temos ainda campos de futebol, baseball, academia, ginásio enorme de esportes, um prédio principal de 18 andares… enfim, tem coisa demais, além de muita natureza, árvores (mais de 2 mil cerejeiras), lagos…

Na primeira semana fizemos um Placement Test para definir o nível de cada aluno. Os alunos foram divididos primeiramente em dois grupos: 1) Os que possuem level 2 no teste de proficiencia oficial japonês; 2) Os que não possuem esse nível (no meu caso considerei que estava acima do nivel 3 e abixo do 2. O teste teve tres partes, uma de audição, outra de gramática e outra de kanji. Acabei tirando uma nota alta e fui para a turma mais alta no segundo grupo, a E1 que é equivalente a turma Ex3 do outro grupo, de forma que agora estou estudando para o nível 1 de proficiência, que é o máximo. Talvez seja um objetivo um pouco exagerado, mas em um ano só usando japonês talvez eu consiga passar na prova em dezembro.

Os alunos da turma E1 tem menos aulas que os da E3 à E4, eles tem aulas das 9 da manhã até o 12:30 todo dia e dois dias a tarde, eu tenho 5 aulas espalhadas pelas manhãs e tardes, podendo escolher mais pelo menos 3 entre outras 5 opções. Eu escolhi 4 (ficando com a quarta feira completamente livre). Os alunos da E1 diferem da Ex3 apenas porque nós temos a opção de ir ou não a aulas de cursos universitários, enquanto eles são orbigados. Eu optei por durentae 6 meses estudar apenas japonês, mas como existem algumas matérias da universidade em ingles fiz o ITP test, onde consegui um score bastante alto, que me permite assitir aulas em ingles e dar aulas de ingles. Existe uma matéria muito interessante de Introdução ao Direito Japones, mas infelizmente meu horário não é compatível com ela, então entrei para o JAS Program, que é um programa do Departamento de Economia, e vou ter uma vez por semana aulas sobre o desenvolvimento da Economia Japonesa. Daqui a 6 meses pretendo frequentar as aulas regulares de Direito em Japonês.

Os restaurantes da universidade são muito bons e baratos, geralmente almoço no New Loire, pagando em média 300 yens para comer pratos enormes de katsudon, kare, ramen entre outros. Algumas vezes compro lanches rápidos na loja da universidade.

A Universidade dá todo apoio aos estudantes estrangeiros, existe um prédio de 5 andares apenas para os estudos de japones dos estrangeiros, e é onde fica o departamento de relações internacionais. Eles me ajudaram a abrir conta em banco, conseguir autorização para trabalhar, fizeram nosso plano de saúde municipal e nos levaram para fazer o registro de estrangeiro. Também foi lá que recebi minha primeira bolsa, em dinheiro já que a conta foi aberta depois, do presidente da Fundação Makiguchi, foi algo bastante formal, apenas 4 pessoas recebem essa bolsa, que é muito maior que dos outros alunos.

A cerimônia de abertura das aulas, que é uma das mais importantes do ano, foi realizada no auditório lotado (aproximadamente com 5 mil pessoas). O traje para cerimônia era terno e para entrar era preciso além do ingresso de um pin especial. Havia um sistema de segurança na entrada com detectores de metais e etc, tendo em vista que haveria um discurso do Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai. O lugar é enorme, possui uma tapeçaria imensa no palco, que é também muito grande. São três andares que estavam repletos de alunos e pais. Os estrangeiros receberam um aparelho para ouvir tradução simultanea dos discursos em 5 idiomas. Enfim, foi um evento bem longo (ficamos na universidade das 9 da manhã as 5 da tarde) mas bem interessante.

Por hoje é isso que tenho a contar, a Universidade tem muitas coisas das quais não falei, mas pretendo encerrar aqui os posts “turísticos” e começar a fazer posts temáticos, onde irei aos poucos completar as primeiras impressões que passei até agora.

Hachioji

Depois de uma semana no japão acho que é o momento propício para falar sobre Hachioji, já que, como me acostumei com a cidade e também visitei alguns bairros de Tokyo não vou estar tão deslumbrado e vou ter um parâmetro de comparação.

Hachioji é um suburbio de Tokyo que fica a oeste do centro da capital, segundo os japoneses é um local bem “inaka” (ou seja, bem do interior) mas do lado da cidade. Isso é uma visão bastante japonesa já que, até pelas fotos, fica bem claro que para os parâmetros barsileiros não tem nada de interior.

O centro de Hachioji fica a uns 30 minutos a pé do dormitório indo pelo tunel ou a uns 45 fazendo o caminho do parque. De onibus são uns 15 ou 20 minutos, mas custa 190 yens (quase 4 reais) então eu não pego muito, até pq antes de ter meu Suica (cartão trasnporte daqui) era um saco pagar a passagens já que vc tem que dar o dinheiro exato numa máquina e se não tiver tem que trocar em outra, enfim, muito complicado.

A cidade é bastante limpa, tirando a rua principal a maioria é bem estreita (por sinal, aqui nem sempre tem calçadas e quando tem geralmente são pequenas). Tem muito transito de bicicletas e percebi que as regras de transito de carros são bem diferentes. Para começar, dirigem do lado contrário e as plcas são completamente diferentes do Brasil. Além disso, quanto aos sinaleiros, não tem aquela lógica de quando abre um fecha outro, as vezes tem vários abertos e os carros tem que dar a vez, se entender… Além disso o sinal de pedestre não abre necessariamente quando os dos carros fecham, então nesse momento eles tem que respeitar quem está atravessando (mas não tem essa história de voce por o pé na rua e os carros pararem, pelo menos não nas ruas principais, lá voce só pode atravessar no sinal verde e mesmo quando não tem carro passando os japoneses se recusam a atravessar, o que é meio irritante).

A primeira vez que fui a Hachioji quem me levou foi o Shinichi “Magnum”, um japonês muito bacana, que até pagou meu almoço haha.  No quesito de restaurantes, tem de tudo por aqui. Dos restaurantes americanos como burger king, mcdonalds (com algumas coisas diferentes como teriyaki mcburger e mcpork) , starbucks, kfc, italianos, ao tipicamente japoneses (inclusive, fui comer outro dia em um kaitenzushi, que são aqueles restaurantes em que o sushi vem em uma esteira e vc paga 100 yen por cada prato que come), ou até mesmo cadeias de restaurantes japoneses de fast food como Mos Burger.

Na questão das lojas, tem de tudo aqui, inclusive um shopping com loja da disney e etc. Além disso tem algumas lojas bem diferentes do Brasil como lojas de card games, lojas de jogos eletronicos, além de game centers de vários andares (onde eu tenho que tomar cuidado pq não consigo entrar sem gastar uns 500 yens).

Já quanto as repartições públicas e bancos da cidade, já tive algumas experiencias . Fui junto com o estrangeiros no city hall onde fizemos o alien registration card (que é como se fosse minha identidade aqui) e o seguro saúde. Além disso, após receber minha bolsa fui no banco (Yuchou, que é o banco dos correios) com os coreanos e fiz minha conta. Tudo aqui é muito burocrático, são muitos papeis para preencher, e tem sempre que esperar um bom tempo, mas tudo fica pronto no mesmo dia e é bem certinho, é uma burocracia rigida mas que funciona, e não a burocracia brasileira que mais confunde do que ajuda. Hoje fui sozinho pegar uma segunda via do registro provisório, chegando lá consegui preencher a papelada mas não sabia qual senha pegar haha, então um japones veio e me ajudou e depois que fui atendido conversei um pouco com ele, lá dentro ainda encontrei a Yoshiko, que estuda na Universidade, o que me faz ver que a cidade é mesmo pequena, já que estou sempre encontrando conhecidos.

O centro de Hachioji me lembra um pouco Curitiba, tem uma espécia de rua XV, inclusive, mas ao mesmo tempo é completamente diferente (estou cansado demais para desenvolver essa idéia de “igual mas diferente”, isso fica para a próxima). Os arredores do centro, e consequentemente o dormitório tem mais cara de interior, mas interior japones, ou seja, montanhas e arvores haha. Mas temos aqui perto um supermercado, além de uma konbini bem pertinho (os japoneses normalmente compram mais em konbini, que são lojas de conveniencia, do que em supermercados, pq são mais… convenientes e baratas). Também estranhamente tem muitos Love Hotels aqui em volta, e acredito que não preciso explicar o que são.

Nessa uma semana que estou aqui já estou bem acostumado com a cidade, com o clima (anda bem frio) com o fuso (não tive problemas), com as pessoas, com o idioma (tanto ingles como japones). Já fiz meus documentos, já fiz provas em japones para definir minha turma (e como fui bem posso cursar cursos normais da universidade), e ingles para poder cursar cursos especiais de economia, direito e etc, mas esses temas ficarão para o próximo post, que será sobre a Soka Daigaku, e depois falarei sobre minhas impressões de alguns bairros de Tokyo (pretendo conhecer muitos) além de Yokohama, onde fui assistir o K-1 World GP (campeonato de luta).

Por hoje é só 🙂